Alhures é irmã de algures. São duas velhinhas, quase aposentadas, talvez pela necessidade de dar explicações. "Vou alhures", "estava algures" parecem não dizer o suficiente e a pergunta é quase inevitável: "onde?"
Deve ser por economia que acabamos dizendo logo o onde, tirando a oportunidade de alongar o diálogo (por que não dar a deixa para uma pergunta a mais?) e desusando estas palavras, bonitas como nomes de mulher.
Nenhures, o irmão rebelde, também vai no mesmo caminho. Desusado, creio, devido à má-fama de frases do tipo "estava nenhures".
Algur, o irmão mais velho e o primeiro a se aposentar não é visto há tempos. Tanto tempo sem notícias e a família aos poucos se extinguindo...
Ah... quantas vítimas faz a indiscrição!
Proponho uma campanha para que políticos de todos os lados (de cima, de baixo, de fora, de dentro, etc) adotem estas palavras em seus discursos vagos e eloqüentemente vazios de conteúdo informativo e/ou criticável. Estão velhas, é verdade, mas com algum lustro, podem ainda servir muito a quem cuidar bem delas. São fiéis, amigáveis e trazem anos de tradição!
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Deve ser por economia que acabamos dizendo logo o onde, tirando a oportunidade de alongar o diálogo (por que não dar a deixa para uma pergunta a mais?) e desusando estas palavras, bonitas como nomes de mulher.
Nenhures, o irmão rebelde, também vai no mesmo caminho. Desusado, creio, devido à má-fama de frases do tipo "estava nenhures".
Algur, o irmão mais velho e o primeiro a se aposentar não é visto há tempos. Tanto tempo sem notícias e a família aos poucos se extinguindo...
Ah... quantas vítimas faz a indiscrição!
Proponho uma campanha para que políticos de todos os lados (de cima, de baixo, de fora, de dentro, etc) adotem estas palavras em seus discursos vagos e eloqüentemente vazios de conteúdo informativo e/ou criticável. Estão velhas, é verdade, mas com algum lustro, podem ainda servir muito a quem cuidar bem delas. São fiéis, amigáveis e trazem anos de tradição!