sábado, 28 de junho de 2008
Os Vices
quinta-feira, 19 de junho de 2008
Os Governadores Fazendeiros e o Desmatamento
Dentre as coisas que seriam pitorescas, se não fossem graves, está a postura de políticos latifundiários com relação ao meio ambiente. Não se trata apenas de uma postura que defenda o “desenvolvimento a qualquer custo”, o que seria anacrônico e equivocado. Trata-se de um discurso vazio de lógica, falacioso e abertamente desonesto.
Da Folha Online: Maggi e Cassol rebatem dados sobre desmatamento em Estados
“Os governadores de Mato Grosso, Blairo Maggi, e de Rondônia, Ivo Cassol, rebateram nesta quinta-feira dados do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) que apontam os dois Estados como responsáveis pelos maiores índices de desmatamento no país.”
A primeira pergunta que me ocorre é: Mas... eles têm dados alternativos, de seus próprios satélites? (Peço perdão pela impertinência, prosseguimos com nossa programação normal.)
Segundo o governador de Rondônia “Proprietários grandes não têm interesse em derrubar [árvores] porque sabem que o ferro é grande. Quem derruba é o pequeno produtor. Precisamos de uma regularização fundiária com todos os órgãos funcionando juntos.”
Como???!! “Quem derruba é o pequeno produtor”?? Deve ser uma experiência curiosa, viver numa realidade alternativa em que latifundiários são realmente autuados por desmatamento, em que o “ferro seja grande” o suficiente para que estes prefiram não expandir a área de produção, depois de estragar os solos que exploraram antes. Mas, que “ferro” é este que diminui para as propriedades pequenas, promovendo a impunidade entre estas?
Ao tentar eximir os grandes proprietários de responsabilidade pelo desmatamento medido pelo Inpe, o personagem ainda se aproveita para incriminar os pequenos produtores. Que isenção tem um latifundiário para falar de pequenos produtores? Se não tem isenção, certamente tem interesse em defender a idéia de latifúndio como base de produção agrícola desejável para a agricultura do país. Como se esta não fosse a concepção dominante, infelizmente. Note-se a sugestão nada sutil de que acabar com a pequena propriedade em favor do latifúndio poderia ser um dos caminhos para o problema do desmatamento no país.
“Em audiência na Comissão de Meio Ambiente da Câmara, Maggi mostrou dados que apontam a redução no índice anual de desmatamento no Mato Grosso de 11.814 km2 para 2.476 km2 entre 2003 e 2007.”
Hummm... isto explica tudo!! Por isto, o Mato Grosso não é um dos Estados que mais desmata no país. Mas, apenas por curiosidade, não seria interessante comparar a área desmatada com a dos outros estados, ao invés de fornecer números absolutos? Pensando bem, números absolutos não explicam nada, mas deixam clara a estratégia do governador de tentar confundir as coisas.
“Segundo o governador, existe no Estado uma área não monitorada pelo Inpe em que houve a redução no índice de desmatamento.”
Ah.. bom! Então está explicado. E esta “área não monitorada pelo Inpe” tem o potencial de des-desmatar a área que o Inpe verificou como desmatada? Isso, claro, implicaria na possibilidade de um “desmatamento negativo”, em local diferente de onde o desmatamento original ocorreu, coisa que talvez o governador não se incomode em contar ao resto do mundo no que consiste.
O governador do Mato grosso afirma ainda que seu Estado “deve ser olhado como exemplo de se melhorar a produção sem fazer agressão ao meio ambiente, ao invés de sermos criticados”.
Então, desmatar APENAS 2.476Km2 em quatro anos (segundo dados do próprio governador) é “não fazer agressão ao meio-ambiente”? Talvez seja interessante lembrarr que esta área é superior a duas vezes a área da cidade do Rio de Janeiro. Isso é meia cidade maravilhosa por ano.
Conclui-se que, nesta realidade paralela em que vivem estes governadores, os pequenos proprietários são os vilões do desmatamento, que é pequeno, já que os dados dos satélites do Inpe são parciais. Ainda se pode concluir que estados que desmatam mais que o resto do país são exemplos de gerenciamento ambiental e otimização de produção sem agredir o meio-ambiente (apesar dos pequenos produtores). Faltou dizer que a melhora no desempenho ambiental é resultado da extinção planejada das pequenas propriedades responsáveis pelo desmatamento.
Como estas pessoas não vivem em uma realidade paralela e sabem muito bem das coisas, resta-nos pensar que usam de má fé, em flagrante desrespeito para com a inteligência alheia. Desrespeito este, diga-se de passagem, que é extensivo a todas as formas de vida do planeta. Foi este tipo de discurso que nos trouxe até os problemas ambientais que enfrentamos hoje, além de boa parte dos problemas econômicos decorrentes da degradação dos solos, sem falar na questão agrária.
Seria mesmo de rir, se não fossem estas pessoas, com este discurso, que governam Estados tão importantes para a manutenção da biodiversidade, que é, sem dúvida, a maior riqueza natural deste país.
quarta-feira, 18 de junho de 2008
Biografia Ilustre, 2a. parte.
Do Terra: Wagner Moura é pego de surpresa com convite de Belo para filme
"O ator Wagner Moura se assustou ao saber que estava sendo cotado para interpretar o cantor Belo em uma possível cinebiografia do sambista, conforme informou o jornal O Dia."
De fato, é assustador saber que "Belo" tem a intenção de filmar sua própria biografia. Ainda mais para quem estaria escalado para o papel principal.
Este blogue publicou, em novembro passado, comentário acerca das intenções cinematográficas do pagodeiro.
Como Wagner Moura parece não estar disponível no momento, acho que o rapaz vai ter que procurar outro intérprete. Todas as três pessoas que leram o post sobre o assunto (incluindo o autor, ou seja, eu) acharam que era piada, mas o que foi dito antes como uma sugestão gratuita e involuntária deste blogue.
Depois do nascimento dos gêmeos, o casal mais bonito de Hollywood deve encontrar vaga em sua agenda. Ouvi, pela vizinhança daqui, que já estão recusando papéis até 2010, na expectativa de um convite para este épico de sexo (será?), drogas (pergunte à polícia) e pagode (NÃO pergunte aos roqueiros).
Como dizia minha mãe: "pretensão e água benta, cada um toma o quanto quer."
terça-feira, 10 de junho de 2008
Será??
Mas uma dúvida insolúvel ronda por aqui:
Será que se os jogos fossem no Irã, na Venezuela, em Cuba, na Coréia do Norte ou em outro país do "eixo do mal", todas estas vozes que se manifestam tão claramente contra o boicote ainda gritariam o mesmo?
Afinal, os argumentos são de que não se mistura política com esporte...
Nunca saberemos.