Há muitos anos, num destes momentos de divagação intensa, tive um pensamento um pouco estranho. Comecei a pensar em como a Inglaterra e o Japão se parecem. Tudo bem, são países insulares e pessoas que nascem e crescem em ilhas podem ter algumas coisas em comum. Mas a coisa foi um pouco além disso. Tudo bem, não muito além...
Pode-se atribuir em parte à insularidade as tendências imperialistas dos dois países, talvez mais aparentes (não saberia dizer se mais acentuadas) do que os outros países. Uma pergunta interessante para geógrafos e historiadores, talvez.
Ilhas são, por definição, territórios claramente delimitados. Quem vive em ilhas talvez passe a vida sendo confrontado com a borda de seu mundo. Ao mesmo tempo, quanto menor a ilha, menor a área agriculturável e mais rapidamente esgotáveis os recursos para sustentar a população, o que traz, de novo, o senso de limite.
Enfim, o Japão e a Inglaterra são monarquias orgulhosas e cheias de lendas, algumas históricas, algumas inverossímeis. Duas monarquias onde floresceu a cavalaria andante e onde esta ainda serve de modelo de conduta, pelo menos no imaginário idealizador de quem não mora em nenhum dos dois lugares. Também são dois lugares onde a "fleuma" e o autocontrole são valorizados e dão status a quem os exerce, em especial se estiver em uma posição superior ou de comando. Quem assitiu "A ponte do Rio Kwai" percebe que o Coronel Nicholson (Alec Guinness) e o Coronel Saito (Sessue Hayakawa) são apenas lados diferentes de uma mesma moeda. São, na verdade, personagens tão parecidos que não é difícil imaginar um na situação do outro.
Japão e Iglaterra têm sociedades divididas em classes muito bem definidas, com relativamente pouco fluxo entre elas. Ambos os parecem ter no respeito à hierarquia social um valor importante. Naturalmente, em lugares assim, as pessoas devem poder estar contentes com sua posição social e ter orgulho de suas profissões e de seu papel na sociedade. Em especial as pessoas de classes menos ricas e em ocupações consideradas mais humildes podem ter uma certa atitude que, para nós, do "novo mundo" poderia parecer conformista. Não tenho como saber se isto é causa ou consequência da organização social mais rígida (ou as duas coisas), mas certamente contribui para a manutenção desta estrutura. (Vide post anterior)
Quanto à culinária, fala-se muito mal dos cozinheiros ingleses e os japoneses comem muitas coisas cruas, talvez para evitar que os cozinheiros as estraguem antes de servi-las. Mas não posso dizer que este seja um ponto em comum, até porque desconheço alegremente a culinária inglesa e gosto muito da comida japonesa.
O senso de humor, ou a falta dele (do senso, não do humor), é uma característica cultural muito importante, que cria uma certa identificação entre pessoas de uma mesma cultura. Tente contar piadas para estrangeiros e você vai entender do que estou falando. Não conheço o suficiente do senso de humor japonês para falar a respeiito. Mas, diz a lenda que um inglês conta uma piada para ele mesmo rir, fato já constatado por este que escreve estas maltraçadas. No caso dos comediantes ingleses (um oxímoro, aceito por motivos diplomáticos) o riso do público seria um efeito colateral, ou, como diria o povo de Campinas: "um plus a mais".
Não sei se, de fato, procede a comparação entre os dois países e em quanto esta é influenciada pelos estereótipos dos dois povos. Também pode ser resultado da leitura de mais de um livro do James Clavell...
Pode-se atribuir em parte à insularidade as tendências imperialistas dos dois países, talvez mais aparentes (não saberia dizer se mais acentuadas) do que os outros países. Uma pergunta interessante para geógrafos e historiadores, talvez.
Ilhas são, por definição, territórios claramente delimitados. Quem vive em ilhas talvez passe a vida sendo confrontado com a borda de seu mundo. Ao mesmo tempo, quanto menor a ilha, menor a área agriculturável e mais rapidamente esgotáveis os recursos para sustentar a população, o que traz, de novo, o senso de limite.
Enfim, o Japão e a Inglaterra são monarquias orgulhosas e cheias de lendas, algumas históricas, algumas inverossímeis. Duas monarquias onde floresceu a cavalaria andante e onde esta ainda serve de modelo de conduta, pelo menos no imaginário idealizador de quem não mora em nenhum dos dois lugares. Também são dois lugares onde a "fleuma" e o autocontrole são valorizados e dão status a quem os exerce, em especial se estiver em uma posição superior ou de comando. Quem assitiu "A ponte do Rio Kwai" percebe que o Coronel Nicholson (Alec Guinness) e o Coronel Saito (Sessue Hayakawa) são apenas lados diferentes de uma mesma moeda. São, na verdade, personagens tão parecidos que não é difícil imaginar um na situação do outro.
Japão e Iglaterra têm sociedades divididas em classes muito bem definidas, com relativamente pouco fluxo entre elas. Ambos os parecem ter no respeito à hierarquia social um valor importante. Naturalmente, em lugares assim, as pessoas devem poder estar contentes com sua posição social e ter orgulho de suas profissões e de seu papel na sociedade. Em especial as pessoas de classes menos ricas e em ocupações consideradas mais humildes podem ter uma certa atitude que, para nós, do "novo mundo" poderia parecer conformista. Não tenho como saber se isto é causa ou consequência da organização social mais rígida (ou as duas coisas), mas certamente contribui para a manutenção desta estrutura. (Vide post anterior)
Quanto à culinária, fala-se muito mal dos cozinheiros ingleses e os japoneses comem muitas coisas cruas, talvez para evitar que os cozinheiros as estraguem antes de servi-las. Mas não posso dizer que este seja um ponto em comum, até porque desconheço alegremente a culinária inglesa e gosto muito da comida japonesa.
O senso de humor, ou a falta dele (do senso, não do humor), é uma característica cultural muito importante, que cria uma certa identificação entre pessoas de uma mesma cultura. Tente contar piadas para estrangeiros e você vai entender do que estou falando. Não conheço o suficiente do senso de humor japonês para falar a respeiito. Mas, diz a lenda que um inglês conta uma piada para ele mesmo rir, fato já constatado por este que escreve estas maltraçadas. No caso dos comediantes ingleses (um oxímoro, aceito por motivos diplomáticos) o riso do público seria um efeito colateral, ou, como diria o povo de Campinas: "um plus a mais".
Não sei se, de fato, procede a comparação entre os dois países e em quanto esta é influenciada pelos estereótipos dos dois povos. Também pode ser resultado da leitura de mais de um livro do James Clavell...
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